Casos de Polícia - Rei Ghob parte 2 (fim de temporada)

Em Janeiro de 2001, Francisco Leitão conhece Ivo.

Tânia era casada com Nuno, que trabalhava como camionista, passava a semana fora, só regressando a casa, em Torres Vedras à sexta-feira, em 2006 o casal estavam a passar por problemas,

Em Janeiro de 2007, Tânia e Ivo se conhecem.

A certa altura, começaram a chegar aos ouvidos de Nuno histórias de que a sua mulher recebia em casa a visita de vários homens quando estava fora.

Um certo dia Nuno descobriu Francisco Leitão e Ivo dentro de casa.

As discussões foram-se multiplicando até que, em dezembro de 2007, Nuno decidiu separar-se da mulher e alugar uma casa na Lourinhã. Pediu o divórcio em 2008 e combinou encontrar-se com Tânia, em maio para assinarem os papéis. Mas a mulher não apareceu. Furioso, foi ao seu encontro, acabando por agredi-la na sequência de uma discussão e supostamente agrediu acidentalmente a filha Carina.

Carina como Tânia deram entrada no Hospital de Torres Vedras nesse mesmo dia. Tânia teve logo alta, mas a filha permaneceu internada.

Tânia ia visitar todos os dias Carina, até ao dia 5 de Junho de 2008, a partir dessa data Tânia desaparece, possivelmente tinha sido morta por Francisco Leitão.

Cerca de uma semana depois, Maria da Glória Costa, mãe de Tânia apresentou queixa pelo desaparecimento da filha. Foi ao posto da GNR de Santa Cruz.

Sabendo a amizade que a filha tinha com Francisco Leitão, Maria da Glória Costa foi ter com ele, Francisco Leitão disse à família que Tânia tinha fugido, mas era mentira, ele tinha a matado e estava com o telemóvel dela.

No final de Julho, Francisco Leitão manda uma mensagem com o telemóvel de Tânia a Mário irmão dela dizendo “Desculpa por tudo o que fiz. Onde me encontro estou bem. Cuidem da minha filha por mim. Não se preocupem comigo. Perdoem-me por tudo” ela ficou convencido que a irmã tinha fugido.

Ivo sempre teve um comportamento instável. Os pais chegaram a procurar a ajuda de um psicólogo, mas o filho sempre recusou receber qualquer tipo de apoio. Com apenas o 4.º ano de escolaridade, saiu de casa aos 17 anos para ir viver para o castelo da Carqueja, a casa do Rei Ghob. Aos poucos, os contactos com a família começaram a escassear.

Por volta de março de 2008, Ivo começou a trabalhar com o pai na construção civil. De acordo com o jovem, o negócio de ferro-velho que o seu antigo patrão mantinha, tinha ido por água abaixo, e Leitão já não tinha emprego para lhe dar. Ghob manteve, durante vários anos, um negócio de recolha e venda de ferro-velho chamado Reciclagem Estremadura Metais, sediado na casa onde vivia.

No dia 26 de Junho, Ivo saiu da casa dos pais para ir para a Carqueja e nunca mais apareceu, foi quando supostamente Francisco Leitão matou Ivo.

Os familiares de Ivo recebiam mensagens de Ivo, que na verdade era Francisco Leitão, dizendo que estava bem e a trabalhar.

Durante a fase difícil da suposta fuga de Ivo para Espanha, Francisco Leitão manteve-se sempre ao lado de Manuel e Cecília pais de Ivo, mostrando-se um amigo dedicado. Levou-lhes algumas fotografias, que na verdade eram montagens, do filho, alegadamente tiradas num hospital espanhol e junto à Torre Eiffel, em Paris, e ofereceu-se para ir com Manuel a Espanha para tentarem encontrar uma cabine telefónica da qual Ivo lhe teria ligado. Dias depois viajaram.

Chegando a Espanha. Estacionaram o carro junto a uma rotunda e Ghob, deixando os restantes no interior do veículo, dirigiu-se à cabine telefónica mais próxima. Quando regressou, informou Manuel de que tinha identificado o telefone de onde Ivo lhe tinha telefonado. Era aquela cabine telefónica, junto à rotunda não havia dúvidas. Deixaram o carro estacionado e começaram a andar às voltas pela zona, em busca de Ivo.

Quando a ida a Espanha se estava a transformar num fracasso, Leitão chamou a atenção de Manuel para um carro que tinha acabado de passar por eles. Segundo Francisco Leitão, ao volante ia nada mais nada menos do que Ivo. Apesar de não ter conseguido ver o rosto do condutor, Manuel foi levado a crer que era de facto o filho que seguia no carro. Recomeçaram a caminhada e, passado pouco tempo, Ghob disse que o jovem tinha voltado a passar por eles. Como da primeira vez, Manuel nada viu. Depois de uma curta chamada telefónica, Ghob informou o pai do jovem que tinha acabado de falar com ele e que Ivo lhe tinha pedido que saíssem dali o mais depressa possível. Corriam risco de vida. Os três regressaram de imediato a casa, sem sinal de Ivo.

Durante o tempo que rei Ghob mandava mensagens com o nome de Ivo, ele pedia dinheiro para a família de Ivo e ia visitar a família para disfarçar que era Ivo que estava a pedir, mas certo dia a família deixou de enviar o dinheiro, a partir desse dia Francisco Leitão deixou de aparecer.

Mas a polícia judiciária chegou a estes casos graças ao desaparecimento de Joana.

No dia 3 de março de 2010 Joana saiu de casa às 7 e meia da tarde para ir ter com o namorado Luís, mas nunca mais foi vista.

Passados dois dias, Maria de Fátima, mãe de Joana, deslocou-se ao posto da GNR de Santa Cruz para denunciar o desaparecimento da filha. A menor tinha por hábito dormir fora de casa sem avisar os pais, mas nunca durante muito tempo. Entre as causas presumíveis para o seu desaparecimento, a GNR apontava rebeldia. A mudança de Joana para Sobreiro Curvo não tinha sido fácil.

Nos dias seguintes, Maria de Fátima recebeu uma mensagem de Francisco Leitão mas com o telemóvel da filha dizendo que estava fora do país e não se preocupassem com ela, os pais e irmã de Joana desconfiavam daquelas mensagens.

Estes casos de desaparecimento tomou outro rumo quando Francisco Leitão cometeu um erro.

Maria de Fátima telefonou para a Vodafone para saber de onde a filha estava a mandar as mensagens, um funcionário da Vodafone disse que o cartão da filha estava num telemóvel pertencente a Ivo, logo de seguida ela foi avisar da situação à polícia judiciária.

A polícia judiciária foram a casa dos pais de Ivo, os pais informaram que Ivo também estava desaparecido, também disseram que o amigo de Ivo, Francisco Leitão os tinham ajudado.

A polícia judiciária interrogou algumas pessoas e descobriram que Tânia estava desaparecida, que afinal eram três pessoas que estavam desaparecidas e que tinham um amigo em comum, Francisco Leitão.

No dia 19 de Julho de 2010, Francisco Leitão foi preso.

Em Março de 2012, foi condenado a 25 anos de prisão, mas a polícia judiciária descobriu que Francisco Leitão tinha cometido 542 crimes de violação de 12 menores, apesar de ter sido condenado a mais 17 anos de prisão a lei só permite estar até 25 anos na prisão.

Até hoje os corpos das três vitimas não apareceram.

Marcos Martins